quarta-feira, 26 de novembro de 2014

GUARDA, VENDA DA BANHA DE COBRA CONTINUA CONTÍNUA

OS AGRICULTORES NÃO PRECISAM DE BANHA DE COBRA,
NÃO PRECISAM DE ALDRABICES,
NÃO PRECISAM DE ADVOGADOS, OU ADVOGADAS, DO DIABO,
NÃO PRECISAM DE PROPAGANDA,
NÃO QUEREM MAIS ROUBOS

PAGUEM-LHES 
AS AJUDAS QUE LHES DEVEM.

QUEREMOS PRODUZIR E VENDER.

A TODOS OS SALAFRÁRIOS, A FINGIR DE AGRÁRIOS,
O POEMA DE JOÃO VASCONCELOS



                           Exposição
Porque julgamos digna de registo,
a nossa exposição, Sr. Ministro,
erguemos até vós humildemente,
uma toada uníssona e plangente,
em que evitámos o menor  deslize,
e em que damos razão da nossa crise.
Senhor, em vão esta província inteira,
desmoita,  lavra, atalha a sementeira,
suando até à fralda da camisa.
Mas falta-nos a matéria orgânica precisa,
na terra que é delgada e sempre fraca.
A matéria em questão, chama-se caca.
Precisamos de merda, senhor Soisa,
e nunca precisamos de outra coisa…
Se os membros desse ilustre Ministério
querem tomar o nosso caso bem a sério;
se é nobre o sentimento que os anima,
mandem cagar-nos  toda a gente em cima
dos maninhos torrões de cada herdade,
e mijem-nos  também, por caridade…
O Senhor Oliveira Salazar,
quando tiver vontade  de cagar,
venha até nós, solicito, calado,
busque um terreno que estiver lavrado,
deite as calças abaixo, com sossego,
ajeite  o cu bem apontado ao rego,
e como Presidente do Conselho,
queira espremer-se até ficar vermelho.
A nação confiou-lhe os seus destinos…
Então comprima, aperte os intestinos.
e ai..se lhe escapar um traque não se importe…
quem sabe se o cheirá-lo não dará sorte…
Quantos porão as suas esperanças
num traque do  Ministro das Finanças…
e também, quem vive aflito e sem  recursos,
ja nao distingue os traques, dos discursos…
Não pecisa falar, tenha a certeza,
que a nossa maior fonte de riqueza,
desde as grandes herdades às courelas,
provem da merda que juntarmos nelas .
Precisamos de merda, senhor Soisa,
e nunca precisamos de outra coisa,
adubos de potassa, cal, azote;
tragam-nos merda pura do bispote,
e de todos os penicos portugueses,
durante pelo menos uns seis meses.
Sobre o montado, sobre a terra campa,
continuamente eles nos despejem trampa.
Ah terras alentejanas, terras nuas,
desesperos de arados e charruas
quem as compra ou arrenda ou quem as herda
sempre a paixão nostálgica da merda…
Precisamos de merda senhor Soisa,
e nunca precisamos de outra coisa…
Ah, merda grossa e fina , merda boa,
das inúteis retretes de Lisboa.
Como é triste saber que todos vós
andais cagando, sem pensar em nós…
Se querem fomentar a agricultura,
mandem vir muita gente com soltura…
Nós daremos o trigo em larga escala,
pois até nos faz conta a merda rala…
Ah, venham todas as merdas à vontade,
não faremos questão da qualidade,
formas normais ou formas esquisitas.
E desde o cagalhão às caganitas,
desde a pequena poia, à grande bosta,
tudo o que vier a gente gosta ,
Precisamos de merda, Senhor Soisa ,
e nunca precisamos de outra coisa…

mário

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

AGRICULTURA FAMILIAR - CONGRESSO DA CNA - UMA LUTA QUE É UMA FESTA E UMA FESTA EM LUTA

7º CONGRESSO
CNA

UM PAVILHÃO A ABARROTAR
MAIS DE MIL CONGRESSISTAS
AÍ ESTÁ A AGRICULTURA FAMILIAR
AÍ ESTÁ QUEM TRABALHA A TERRA
AÍ ESTÁ QUEM PRODUZ

 PARTE DA MESA DO CONGRESSO
 OS COMPANHEIROS DA VIA CAMPESINA
CONGREGA AGRICULTORES DE TODO O MUNDO
QUISERAM ACOMPANHAR-NOS E PARTICIPAR
UM DOS SEMINÁRIOS

TEMOS A FORÇA DA RAZÃO,

VENCEREMOS

NESTE 7º CONGRESSO DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURA, PARA ALÉM DE VÁRIAS MOÇÕES, FORAM APROVADAS:

CARTA DA AGRICULTURA FAMILIAR;
ESTATUTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR.

VAMOS À LUTA
O FUTURO PERTENCE-NOS.

mário

Post scriptum:

A ainda ministra não quis estar presente, não quis ouvir os agricultores; não fala a nossa linguagem, não está com a agricultura nem com os agricultores, está com o agro-negócio, com os exploradores, com os absentistas.
O ambiente esteve mais limpo, respirava-se melhor.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

VAMOS A ELES

 MARCHA NACIONAL CONTRA O EMPOBRECIMENTO

DERROTAR O GOVERNO – POR UMA POLÍTICA DE ESQUERDA E SOBERANA
Marcha nacional - 21 a 25 Novembro

PARTICIPA (E PASSA A PALAVRA)!
PELO EMPREGO, SALÁRIOS E PENSÕES, DIREITOS E SERVIÇOS PÚBLICOS
DIA
DISTRITO/REGIÃO
ACÇÃO
HORÁRIO

22
Castelo Branco
Concentrações/Desfiles

·  Castelo Branco
- Junto à Câmara Municipal

Fundão

- Junto à Câmara Municipal
14:30
15:45
·      Covilhã

   - No Jardim Público para o Pelourinho
16:30
23
Aveiro
Concentração/Marcha
- Junto à União Sindicatos, na Av. Dr. Lourenço Peixinho

- Deslocação até à Ponte Praça)
10:00

24
Leiria
Marcha
- Partida junto à MAPICENTRO (Matadouro)
- Chegada ao Mercado de Santana
15:30

24
Coimbra
Concentração/Marcha
- Concentração no Largo da Portagem

- Deslocação para a Autoridade para as Condições de Trabalho (Av Fernão de Magalhães)
15:30


24
Guarda

Concentração
- Frente ao Hotel de Turismo, da Guarda
14.30

24
Viseu
Concentração/Desfile

- Edifício da Segurança Social com deslocação para o Centro de Emprego
10:00
É preciso pôr fim à exploração e ao empobrecimento

Os trabalhadores do sector privado, nos últimos 3 anos, foram roubados em mais de 7.222 milhões de euros e em muitos dos seus direitos;

Os trabalhadores da administração pública, no mesmo período, foram roubados pelo governo PSD/CDS-PP em mais de 9.833 milhões de euros e agora com a chamada “requalificação”, com um corte de 60% no seu salário;

Os pensionistas e reformados viram reduzidos brutalmente o seu poder de compra com a CES (Contribuição Extraordinária de Solidariedade) e o aumento da carga fiscal;

Os desempregados são fortemente penalizados porque não conseguem emprego, sendo que a maioria já não tem protecção social e os que se encontram no programa “emprego-inserção” são obrigados a trabalhar de borla;

Os jovens são fustigados pelo desemprego, pela precariedade e insegurança generalizadas, com os salários a baixar e a emigração a surgir, não por opção, mas por imposição.

O país está mais pobre e desigual com menos escolas e o sistema de ensino degradado, cerceamento do usufruto dos cuidados de saúde, cortes e reduções nas prestações sociais, o desmantelamento de tribunais e a negação do acesso à justiça, a privatização e encarecimento de serviços públicos essenciais dos transportes e das comunicações, da energia aos combustíveis, à água e à recolha de tratamento de resíduos sólidos

O Orçamento de Estado para 2015 cria ainda mais impostos

Apesar do discurso da “retoma” e do fim da Troika, o governo PSD/CDS-PP intensifica a política de direita e agrava as condições de vida dos trabalhadores e do povo.

A denominada fiscalidade verde mais não é do que um novo imposto indirecto que vai encarecer combustíveis, transportes, energia, gás doméstico, tratamento de resíduos, com impacto nos preços da generalidade dos produtos, bens e serviços de primeira necessidade.

Mas querem mais …

Com o pretexto de cumprirem o Tratado Orçamental, aprovado por PSD, CDS-PP e PS, querem impor novos cortes na saúde, na justiça, às autarquias, no investimento público, na protecção social e manter congelados os salários dos trabalhadores da administração pública, a generalidade das pensões e reformas, forçar novos despedimentos nos sectores públicos, bem como no sector empresarial do Estado. Penalizam a prestação de serviços públicos locais de e com qualidade.

EM NOVEMBRO

Marchamos pela melhoria dos salários e pelo emprego com direitos

-        Aumento geral dos salários, incluindo do salário mínimo nacional, a partir de 1 de Janeiro de 2015, para 540 euros;

-        Emprego com direitos contra a precariedade e o desemprego; pela passagem a efectivos dos trabalhadores que ocupam postos de trabalho permanentes;

-        Reposição das 35 horas na administração pública e redução progressiva do horário no sector privado sem diminuição dos salários;

-        Reposição dos salários cortados, dos 4 feriados, dos dias de férias, do valor do trabalho extraordinário e de todos os outros direitos roubados;

-        Defesa do direito de negociação e de contratação colectiva;

-  Revogação das normas gravosas do Código do Trabalho.

EM NOVEMBRO

Marchamos por melhor Saúde, Segurança Social e Educação:

-         O reforço das funções sociais do Estado (Educação, Saúde, Segurança Social), garantindo a assumpção das vertentes pública, universal e solidária dos sistemas associados à melhoria da sua qualidade;

-         A reposição dos cortes e a actualização de todas as pensões e reformas e a melhoria das prestações sociais, bem como do indexante dos apoios sociais (IAS); a eliminação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES); a reposição do pagamento dos complementos de pensões nas empresas do SEE e a reposição das verbas roubadas;

-        a atribuição do subsídio social de desemprego a todos os desempregados que não têm protecção social;

-        A alteração da legislação da condição de recursos, nomeadamente no que respeita ao conceito de agregado familiar e ao método de capitação, no sentido de facilitar o acesso às prestações não contributivas e outros apoios sociais;

-        Direito de reforma antecipada para carreiras contributivas com 40 ou mais anos,  sem penalização;


EM NOVEMBRO

Marchamos pela redução da carga fiscal para os trabalhadores e reformados:

-        A revogação da sobretaxa de IRS de 3,5%;

-        englobamento obrigatório de todos os rendimentos auferidos pelos sujeitos passivos, independentemente da sua fonte, para efeitos de IRS;

-        o aumento 5 para 9 escalões e a redução das taxas de IRS;

-        o alargamento da base fiscal em sede de IRC e a progressividade na sua taxa; a criação de uma taxa de 0,25% sobre as transacções financeiras;

-        fim dos benefícios fiscais para os grandes grupos económicos.

EM NOVEMBRO

Marchamos pelo investimento e desenvolvimento:

-        O relançamento da actividade económica de forma a assegurar o crescimento e a estimular a produção nacional e a criação de postos de trabalho;

-        A renegociação da dívida (montantes, prazos e juros);

-        A revogação do Tratado Orçamental, pelos condicionantes económicos, sociais e de soberania que coloca ao país;

-        O relançamento do investimento público como motor da dinamização da economia;

-        O fim das privatizações e o retorno ao SEE das empresas que, nos vários sectores de actividade, são determinantes para o desenvolvimento do país.


Pela ruptura da política de direita!

Por uma política de esquerda e soberana!

+ informação

+ segurança

MAIS SINDICATO

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

DIZ RESPEITO A TODOS


CONFERÊNCIA DE IMPRENSA C N A


Segunda- feira, 17 Novembro - 2014

15h – Sede da CNA em Coimbra


7º CONGRESSO DA C N A e da Agricultura Familiar Portuguesa



23 NOVEMBRO – 2014 -- PENAFIEL -- Iniciativas Complementares -
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A 23 de Novembro (início 9 h 30) vai realizar-se o VII CONGRESSO DA CNA e da Agricultura Familiar Portuguesa, no Pavilhão de Feiras e Exposições em PENAFIEL

Trata-se de uma grande iniciativa para mais de MIL Delegados e Dezenas de Convidados, neste caso muito deles vindos do Estrangeiro, em representação de 30 países.

O VII CONGRESSO – como já foram os anteriores - é o grande momento de encontro institucional entre a CNA, Órgãos de Soberania, outras Organizações e é um grande momento de debate, e confraternização também, entre os Agricultores-Delegados, os Dirigentes da Confederação e das suas Filiadas e com os próprios Convidados.

Estão previstas as participações do Sr. Secretário de Estado da Alimentação de entre outras Entidades, nomeadamente Deputados da Assembleia da República e outros Representantes Institucionais e Associativos.

Estranhamos desde já a ausência da Senhora Ministra da Agricultura.
Afinal trata-se do CONGRESSO DA CNA, de uma estrutura reconhecidamente representativa da Agricultura Familiar Portuguesa que realiza este seu VII CONGRESSO este ano, o Ano Internacional da Agricultura Familiar. A Senhora Ministra da Agricultura escolheu faltar. É uma má escolha. Um mau sintoma político.


Após almoço, durante um período dividido em três Secções, vai também realizar--se um Seminário Europeu (autónomo) sobre a Aplicação da PAC 2014 – 2020 - integrado numa parceria com outras Organizações congéneres
que fazem parte, como a CNA, da Coordenadora Europeia – Via Campesina. Este Seminário é apoiado pela DG AGRI da Comissão Europeia.
1-Análise à situação da Agricultura e Perspectivas.
Propostas e Reclamações.

Eis a temática que é o núcleo do VII CONGRESSO.

Vai ser feita a retrospectiva crítica da evolução – da involução – desde 2010 – data do VI CONGRESSO.

Como é inevitável – do nosso ponto de vista – as consequências das políticas do programa de desastre nacional dos governos que aplicaram e aplicam da “tróika“ estarão na primeira linha das apreciações. É um período com más políticas que nos marcam a vida como um ferro em brasa.

E vamos dar destaque, vamos fazer uma resenha da grande actividade da CNA e filiadas durante 4 anos, em especial as lutas travadas sempre com os Agricultores!

O 7º Congresso da CNA e da Agricultura Familiar Portuguesa vem na sequência de muitas e difíceis lutas travadas ao longo de meses e anos pelos Agricultores Portugueses pela CNA e Filiadas contra as más Políticas Agrícolas e de Mercados como, por exemplo, as lutas que já ocorreram este ano..

Pequenas e grandes lutas. Promovidas pelas Filiadas, nas regiões, em Defesa do Douro, do Leite e da Carne, do Arroz, dos Baldios, da Batata . E fortes manifestações nacionais em Lisboa promovidas pela CNA e suas Filiadas . Lutas em torno dos problemas concretos da Agricultura Familiar, Sempre com os Agricultores !

De uma forma quase simbólica, embora o assunto seja importante, também não poderemos deixar de voltar às críticas às novas Imposições Fiscais.

Lutámos e lutamos por outra PAC e pela Soberania Nacional, antes, durante mas também já no processo, que aliás continua, da “nova” PAC e do novo Programa de Desenvolvimento Rural – 20 – 20..

São lutas e outras iniciativas onde também sempre se apresentam propostas e reclamações concretas capazes de ajudar a resolver os problemas muitos dos quais até já são conhecidos há muito e há muito já deviam estar resolvidos.

2014 - Ano Internacional da Agricultura Familiar
Marca o VII CONGRESSO DA CNA e da Agricultura Familiar Portuguesa.
No seguimento aliás de outras iniciativas e correspondendo ao Apelo da ONU, o VII CONGRESSODA CNA fica “marcado” pelas comemorações do Ano Internacional da Agricultura Familiar.

Vai ser discutida e votada a:


CARTA DA AGRICULTURA FAMILIAR PORTUGUESA


Onde se caracterize melhor e avalie a importância da Agricultura Familiar no contexto nacional e internacional .

E o “ESTATUTO DA AGRICULTURA FAMILIAR PORTUGUESA”

Onde se proponham e reclamem direitos e garantias para quem trabalha na Agricultura Familiar e produz bens e serviços públicos de qualidade.

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O Lema deste 7º Congresso da CNA é:

Produzir - Alimentar - Lutar pela Agricultura Familiar !

Que são outras tantas reclamações a fazer ao Governo e que comportam uma verdadeira alteração à estratégia, até agora seguida por sucessivos governos,
de dar toda a prioridade à agro-indústria e à exportação

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Vamos reclamar ao Governo:

- Escoamento e melhores preços à Produção, das uvas e dos vinhos, do leite e Carne, dos Cereais, da Azeitona, da Batata, das Frutas e Legumes, da Madeira;

- Queremos a baixa dos custos da electricidade, dos combustíveis, das rações, dos adubos e pesticidas, do crédito bancário;

- A Anulação das novas imposições fiscais;

- A Anulação da Lei para privatizar os baldios e a anulação da Lei-roubo da Casa do Douro;

- Aumento da Produção Nacional, nomeadamente para consumo interno;

- Queremos uma PAC e um novo Programa de Desenvolvimento rural 2014-2020 com mais ajudas para a Agricultura Familiar e o Mundo Rural,

- Queremos políticas de respeito pela Soberania Alimentar!
Sim, são necessárias outras políticas agrícolas e de mercados!

Sim, queremos outro Governo para as aplicar!

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Coimbra, 17 de Novembro de 2014



Todos a PENAFIEL, no próximo Domingo - 23 de Novembro
ao 7º CONGRESSO DA CNA e da Agricultura Familiar Portuguesa

Viva o 7º Congresso da CNA e da Agricultura Familiar Portuguesa!

Viva o Ano Internacional da Agricultura Familiar !

ESTAS SÃO AS POSIÇÕES DA AGRICULTURA FAMILIAR, DOS PEQUENOS E MÉDIOS AGRICULTORES E DA SUA CONFEDERAÇÃO.

EM PENAFIEL, NO PRÓXIMO SÁBADO, DIA 23, VÃO ESTAR AGRICULTORES, VAI ESTAR A AGRICULTURA FAMILIAR.

APAREÇAM, SERÃO BEM-VINDOS, VENHAM OUVIR QUEM PRODUZ, VENHAM DEFENDER A AGRICULTURA FAMILIAR.

SEM AGRICULTURA FAMILIAR NÃO HÁ SOBERANIA ALIMENTAR E SEM SOBERANIA ALIMENTAR NÃO HÁ SOBERANIA POLÍTICA.

SÓ A AGRICULTURA FAMILIAR PRODUZ COM QUALIDADE, RESPEITANDO A NATUREZA E O AMBIENTE E EVITANDO A DESERTIFICAÇÃO DO NOSSO PAÍS.

mário

sábado, 15 de novembro de 2014

GUARDA, OS PRODUTOS DE CÁ



TEXTO DE APRESENTAÇÃO.
Boa tarde a todos.

É sempre um prazer estar na casa dos livros, acrescido aqui do prazer de estar no meio de pessoas que gostam de livros.

Há convites que não posso recusar, mesmo que a tarefa pareça exceder a competência, por uma questão de coerência, mas também, por uma questão de prazer e paixão, prazer de estar nas lutas pelo mundo rural, é aí onde se encontram as pessoas mais fragilizadas, mas também mais lutadoras, e paixão pelo campo, pela agricultura, pela defesa do ambiente, pela defesa da nossa paisagem, pela defesa das nossas aldeias, pela defesa da nossa produção familiar, pela defesa da nossa soberania alimentar, pela defesa da Guarda, da região e do país.
Neste ano, designado Ano Internacional da Agricultura Familiar, vem a talho de foice apresentar um livro sobre a produção no mundo rural.
Nunca tive jeito, nem vontade, para homilias laudatórias, também não era esse o propósito do convite.
Vou trazer-vos uma visão necessariamente heterodoxa de um camponês a ler entrelinhas, e muito há nas entrelinhas desta obra.

E, porque estamos a falar de agricultura, antes de iniciar a apresentação propriamente dita permitam-me pedir-vos um grito de protesto e indignação,
um minuto de silêncio por Marinalva Manoel-27 anos-líder dos Kaiowá, lutadora incansável pelo direito às terras dos seus antepassados, contra a devastação criminosa da floresta amazónica, bárbara e sadicamente, assassinada na madrugada de 1 de Novembro, pelos esbirros ao serviço do agro-negócio.
Muito obrigado.

Os livros, a cultura, as artes, sobretudo num tempo em que uns quantos psicopatas agressivos e com ânsias de prestígio social, e poder, numa situação de desespero, se penduram nos ponteiros do relógio do tempo, tentando pará-lo, ou mesmo atrasá-lo, os livros, a cultura, as artes, dizia, só se realizam completamente como contra-poder. Por isso um agradecimento especial a Márcio Fonseca por ir à procura dos produtos da Guarda, e tantos e de excelente qualidade eles são, e colocá-los à frente do nariz do poder, quando esse poder está apostado em ignorá-los e exterminá-los.
Márcio Fonseca, o autor da obra que hoje vos venho apresentar, nasceu no Rochoso há 35 anos, é editor do belogue “Crónicas do Noéme”. Tem diversas colaborações na imprensa e, sempre atento à sua terra publicou os livros “Orações Populares do Rochoso” e “Irmandade das Almas do Rochoso-Notas de Um Arquivo desconhecido”.É formado em Engenharia Informática pelo Instituto Superior Técnico. Frequentou diversos cursos na área do jornalismo no Cenjor – Centro Protocolar de Formação Profissional Para Jornalistas. Diz-se beloguer de causas perdidas, não, não há causas perdidas enquanto se luta por elas.
Márcio Fonseca diz-se “lavrador de nascença”, nasceu e cresceu no campo, observador atento dos trabalhos agrícolas, sente um forte apelo das origens e aí regressa sempre que pode.
É um activista empenhado, pelo ambiente, natureza, biodiversidade, pela vida.
Guarda, Produtos de Cá, seria bem melhor apresentado lendo o prefácio do autor. Aí encontramos um conhecimento, bem fundamentado, do caminho que tem percorrido a agricultura, os problemas actuais e as melhores soluções propostas pelos movimentos de agricultores.

Os livros não podem ser doses empacotadas de refeições pré-mastigadas. A alimentação do espírito deve vir agreste, como a paisagem serrana, provocante como uma mulher guerreira sob um manto diáfano, sedutora e enigmática como um tesouro escondido e pintado em cores vivas como um quadro que nunca conseguimos admirar totalmente.


Guarda, Os Produtos de Cá tem algo de tudo isto.

À primeira leitura colhemos a informação dos produtos da região e deixa-nos a vontade irresistível de voltar a lê-lo.
Quando a ele voltamos apreciamos a oportunidade e liberdade deixadas pelas perguntas do entrevistador, mas bem encadeadas e imaginadas por alguém que conhece bem o campo, a produção agrícola, os seus problemas.
Perguntas inteligentes deixaram aos entrevistados todo o espaço de manobra para expressarem as suas ideias.
Ali estão experiências de vida, desejos, queixas, base para uma reflexão bem mais profunda sobre o caminho que levamos, para onde queremos ir, qual o futuro da nossa agricultura, da região e, principalmente, o futuro das gerações vindouras.

Guarda, Produtos de Cá, aborda uma amostra alargada, e bem significativa, do que cá se produz.
Vai do queijo ao mel, passando pelas aromáticas, vinhos, azeites, ou mesmo os modernos e tão na moda mirtilos, sem esquecer as castanhas, morangos, amêndoas, o burel, ou a emblemática morcela.
Cada entrevista é precedida de uma citação, sempre oportuna e bem a propósito, até Gil Vicente. Hoje a Barca do Inferno teria de ser bem maior.
Uma ideia é comum a quase todos os entrevistados:
O abandono a que os sucessivos governos têm votado a agricultura, a agricultura familiar, o campo, o interior. É também bem evidente que as críticas tendem a diminuir com o aumento da dimensão da exploração agrícola.
Sempre se disse que a agricultura era a forma de empobrecer alegremente. Tem sido a forma de empobrecer, hoje já não alegremente, miseravelmente, retirando-lhe as condições mínimas para poderem produzir e vender, os que trabalham, às vezes não de Sol a Sol mas de noite a noite, sem domingos, sem feriados, sem férias, a agricultura é um trabalho a tempo inteiro na verdadeira acessão da expressão, para enriquecer agiotas e exploradores sem escrúpulos.
Esta é uma situação propositada, calculada e aplicada ao milímetro.
Não se pode continuar a deixar apodrecer os nossos produtos, de excelente qualidade, e importar os dos outros, cultivados em grandes empresas de agro-negócio, intensivamente, cheios de fito-fármacos, colhidos antes da maturação, deteriorados pelo transporte e carregados de nutrientes químicos. Não podemos continuar a permitir que se destrua a nossa produção para favorecer países terceiros.
Já passaram pelo poder vários governantes com carta de coveiros, todos eles têm sido “enterrados”, salvo seja, antes do pretenso morto para o qual abriam afincadamente a cova.
Transparece claramente dos diálogos, a agricultura é uma paixão, é um apelo da natureza, é uma forma de estar, e isso não se derrota.
A agricultura familiar sobrevive há séculos, continuará contra ventos, intempéries, legislação criminosa, incompetência governativa e interesses agiotas.

Guarda, Produtos de Cá é um grito da terra.
Ali está bem expresso um passado de miséria, fome, exploração, escravatura, tirania, caciquismo, feudalismo recente; o retrato dum presente de luta; caminhos para um futuro mais solidário e fraterno onde se possa produzir e vender.

Este livro vem provar, através da voz de alguns entrevistados:

O poder não está, nem esteve, com os agricultores, nem com a agricultura. O poder está e esteve sempre com a classe dominante, com os interesses dos amigos, padrinhos e afilhados. Veja-se, num país dependente, em mais de sessenta por cento, da importação de produtos alimentares, o governo incentiva e promove, não a plantação de batatas, ou couves, ou cereais, incentiva e promove a plantação de eucaliptos. Isto é um contra-senso, para lhe não chamar um crime, atenta contra a soberania alimentar do país, e sem soberania alimentar não há soberania política, e contra a natureza, o ambiente, a qualidade de vida e promove, ainda mais, a desertificação. Atenta mesmo contra a racionalidade. O eucalipto é um grande consumidor de água, mas não só o eucalipto, as exóticas que por aí se incentivam consomem quatro e cinco vezes mais, para ser comedido, do que as
espécies autóctones, bem adaptadas ao clima e solo, para além de ser discutível o seu interesse e necessidade. A água que chega a Portugal através da rede hidrográfica, depende, em mais de setenta por cento, da boa vontade de Espanha e de um tratado de garantia de caudais. Quando a carência começar, e ela está aí à porta, Espanha reduzirá necessariamente os caudais. Como se sustentará esta agricultura destruidora, agressiva e pouco inteligente? Que futuro terá? Vamos regar os eucaliptos e as exóticas ou as frutas e legumes. Vai haver água para beber?

Quem trabalha e vive no campo é quem conhece os problemas, as necessidades e as soluções.
Nunca serão os agricultores absentistas, os agricultores de poltrona e ar condicionado, os agricultores de gravata, a resolver os problemas da agricultura familiar, dos pequenos e médios agricultores.

As soluções têm de ser encontradas por quem tem os conhecimentos práticos ou, pelo menos, com quem tem os conhecimentos práticos.

Não desdenhamos do apoio técnico, nem da investigação científica, temos óptimos técnicos, raramente são os que ascendem ao poder mas, como diz o uruguaio Eduardo Galeano, ou Noam Chomsky norte-americano, para ir ao ventre da besta, seria demasiada ingenuidade, da nossa parte, acreditar que o sistema capitalista nos daria informações, ou formação, que o pudessem prejudicar, ou pôr em causa.
Devemos portanto desconfiar da informação impingida pelo sistema, mesmo a dita técnica, ou se calhar ainda mais desta, como desconfiamos do charlatão que nos vem vender o pó para os calos ou a banha-da-cobra.
Não podemos esquecer que , a situação em que se encontra a agricultura, foi sempre apoiada , ratificada e provocada por aquela formação e informação.
Se é verdade necessitar a agricultura, para progredir, apoio técnico e investigação, não é menos verde que, nenhum povo pode dispensar, ou sequer ignorar, milénios de conhecimentos acumulados pelos agricultores, o tal saber de experiência feito, testados e aperfeiçoados no dia a dia.

Deixem-me aqui intrometer uma pequena história sobre cogumelos, agora época deles por excelência:
Ali pela meada da década de oitenta havia uns programas do IEFP de aproximação dos jovens à vida profissional. Várias entidades públicas participavam entre elas as chamadas Administrações Florestais.
No fim do programa, aí por Outubro, fazia-se um convívio sempre numa Casa da Floresta.
Guarda Florestal, e outros curiosos, levávamos os jovens a colher cogumelos. Dos recolhidos, quase sempre numa panela de ferro e ao lume, fazia-se um petisco.
A Administradora Florestal mudou, mudaram-se as vontades, e foi convidado um técnico especialista para nos acompanhar na recolha dos fungos. Ouvimos longas e doutas explicações sobre cogumelos.
Quando, ao fim da tarde, convidámos o tal técnico para participar no petisco, tudo eram desculpas, perante a insistência prontificou-se então, com a douta e técnica desculpa de que se não deviam misturar tantas variedades de cogumelos, a escolher alguns para confeccionar, os mais conhecidos claro, lactários, tricholomas e boletos.
Parecia resolvida a questão, não, tanto azar que passou,como bom, um “boleto de fel”. São amargos como rabo-de-gato.
Só não ficámos sem petisco porque, à cautela, o Guarda Florestal e a esposa tinham de reserva uma cesta bem composta com aquelas variedades que costumávamos apanhar sem o técnico especialista.  


Pois, nem técnica sem experiência, nem experiência sem técnica.

O mais razoável, penso, será dar também a técnica a quem já tem experiência.


Da leitura mais atenta de Guarda, Os produtos de Cá, fica claro:
O desenvolvimento desta região, e mesmo do país, depende do desenvolvimento da agricultura, uma agricultura familiar e de grande qualidade, adaptada à pequena propriedade.

O modelo de desenvolvimento das cidades, a Guarda é um dos piores exemplos, baseado no enchimento administrativo da sede de concelho, sugando recursos a toda a envolvente, criou esta situação insustentável, está esgotado e, a não se alterar, irá asfixiar, ainda mais, toda a região.

Algumas falácias, como escala, super mecanização, ou a fome no mundo, servem interesses de, senhores feudais a destempo, intermediários e outros vendedores, explorando até à asfixia total, com a ajuda do garrote de um crédito bancário totalmente desajustado das necessidades e ritmos naturais de produção, os agricultores.

Para combater a fome no mundo existem meios e tecnologia, não há é vontade política. A fome tem sido usada, e continua a ser, como arma de destruição em massa.
Os desperdícios dos países mais ricos seriam suficientes para alimentar o resto do mundo.

O calibre, exigido pelas tais grandes superfícies, chega a eliminar mais de sessenta por cento da fruta, fruta excelente, de óptima qualidade, em nada inferior à grande seleccionada, talvez até superior, tem menos água, deixada a apodrecer, ou dada de alimento aos animais.
Uma sociedade irracional. Propositadamente irracional.

Guarda, Produtos de Cá, é também um serviço pública, é o ponto de partida, indica o caminho que, há muito, os responsáveis, governo e autarcas, deveriam ter feito, ir ao encontro do mundo rural, ouvir, com atenção e humildade, tudo o que esse mundo tem para lhes dizer e ensinar.

É também um alerta para a defesa das nossas espécies autóctones, bem adaptadas às condições de clima e solo.
Um alerta para a defesa das nossas sementes ancestrais.
Um alerta em defesa da nossa cultura.


Vamos todos ajudar os agricultores da Guarda consumindo os nossos produtos.
Vamos todos ajudar o desenvolvimento da região comprando no comércio local.
Só nós podemos defender a região e o país, não há sebastião que nos valha.
As críticas de café e a luta de sofá não contam, não contam e até ajudam o poder instalado.

Vamos todos seguir o exemplo do Márcio Fonseca e fazer também a nossa parte.

Márcio Fonseca tem toda a minha consideração, pelo que tem feito, pelo que faz e pelo que vai com certeza continuar a fazer.

Obrigado.

mário


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

ATÉ JÁ


CAROS AMIGOS, COMO TODOS OS ANOS, E JÁ LÁ VÃO SETE, LEMBRA-ME SEMPRE O POEMA DE CAMÕES, "SETE ANOS DE PASTOR JACO SERVIA ... ", EM TRABALHO VOLUNTÁRIO E NÃO REMUNERADO, VOU DAR APOIO À COOPERATIVA DOS CAMPONESES DO VALE DO ALTO MONDEGO-PARQUE NATURAL, CRL., AJUDANDO A EXTRAIR A PRECIOSIDADE DA IMAGEM, BIOLÓGICO, A FRIO E SEM ÁGUA.

ESTAREI MENOS POR AQUI.

ATÉ JÁ.

mário

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

PHALLUS IMPUDICUS, OU A REVOLTA DA NATUREZA


"PHALLUS IMPUDICUS", É UM COGUMELO E, SEGUNDO OS ESTUDIOSOS, COMESTÍVEL, EMBORA SEM GRANDE VALOR CULINÁRIO.
A SUA FORMA EXPLICA O NOME,
VULGARMENTE DESIGNADO POR "FALO IMPUDICO", NASCE ASSIM.

JÁ NEM A NATUREZA OS SUPORTA, QUANDO OUVIRAM A ÚLTIMA HOMILIA DO AINDA A IMITAR UM 1º MINISTRO, POR APOIO, COLABORAÇÃO E DEMISSÃO DO PADRINHO, LEVANTARAM-SE TODOS.

mário