quarta-feira, 20 de julho de 2011

"PHYLLOSCOPUS TROCHILUS"

Esta pequenina ave,não terá mais de 9 gramas,tentou vir visitar-me.Embateu no vidro do alpendre e pousou ali próximo,meia espantada,sem saber bem o que tinha acontecido.

Olhou para mim,mais admirada do que assustada,quando me aproximei demasiado,achou ela.



Ralhou-me,como que a avisar que tinha invadido a sua privacidade,e já recomposta lá partiu.





Para junto da irmã que,na vedação,andava a verificar se as amoras já estavam no ponto para a merenda.

É a "Phylloscopus trochilus",vulgo Felosa-musical,a tal que se confunde com a "Collibita",vulgo Felosa-comum".Um dos pormenores que as distingue é a côr das patas,mais clara na "musical.


* *

Raramente tenho tempo e disposição para me plantar frente à tv.

Numa dessas ocasiões,há dois ou três dias,ouvia uma declaração interessante,por um daqueles papagaios exóticos amestrados que por aí,agora ainda mais,abundam,traduzida,na minha maneira de ver,era assim:


TEMOS UMA NOVA MANEIRA DE FAZER POLÍTICA,MENTIMOS,ROUBAMOS,ASSALTAMOS QUEM TRABALHA,SERVIMOS O DINHEIRO (SIM,PORQUE QUEM O TEM ACUMULADO,NA CABEÇA,NÃO TEM MAIS NADA DO QUE ISSO) MAS DE FORMA CLARA E TRANSPARENTE.


Pronto,aí está,de forma clara e transparente,mesmo para quem não quer,ou não tinha percebido.


Deixo aqui está magnífica canção roubada,com o devido agradecimento,ao blogue O VENTO QUE PASSA.


mário











domingo, 17 de julho de 2011

CARDETE,ESPORA,MOSCAS E ORA PORRA

Este Cardete,julgo ser "Eryngium tenue",tem uma cor sedutora.Está explêndido nesta época.

As Esporas-bravas,"Delphinium",aparecem ligadas às brincadeiras de infância.Serviam para fazer colares e pulseiras,encaixando-as umas nas outras.Eram oferecidas a quem fazia palpitar o coração.



Esta espécie de moscas tem uma fase de corte,às vezes prolongada,para conhecerem,e escolherem,bem o pareceiro.

Vistas só assim fazem-me lembrar o governo de suas magestades,querem lá saber quem estão a lixar,desde que não sejam os deles.

** **

ORA PORRA.

Era a marca,dada pelo povo,a um carro,há mais de quarenta anos.Tinha o óculo trazeiro inclinado ao contrário dos outros.Pela frente parecia engraçadinho mas,quando se ia ver pela trazeira,vinha logo a expressão "ora porra".

Foi o que me apeteceu dizer ao anúncio da tal medida da gravata.


Pois era.


Vão tirar a gravata vestir fato-macaco e aí vêm para o campo ajudar nos trabalhos agrícolas.Aprendem alguma coisa,ficam mais cientes da realidade,são úteis.

Só tenho uma pequena horta para uso próprio,não estava a contar com nenhuma ministra,ou secretário,esses lá para os latifundios,mas um chefezito,mesmo barrigudo e sem calos,dava geito.


Mas não,querias?,continuam lá pela MAMA,digo pelo mamaot,sei lá,mama todo o povo entende,para alguns claro,agora lá o ot,não percebo o que será,organização do trabalho,está quieto.


Ali o vizinho "Manel",aqui os vizinhos são quase todos "Maneis", disse logo que os não queria cá:-"Não sabem fazer nada,não estão habituados a trabalhar,vinham estragar tudo".Lá terá razão.Se estragavam na horta não vão fazer melhor ao país.

ORA PORRA.


mário






quinta-feira, 14 de julho de 2011

"ARETHUSANA ARETHUSA" , "HIPPARCHIA FIDIA" E AS BATATAS

Julgo ser um dos primeiros registos da "Arethusana arthusa" numa cota tão baixa,cerca dos 500 mts.

Tem uma capacidade de disfarce notável sobretudo quando sobrepõe,quase totalmente,as asas.



Sobre as rochas graníticas,aqui conhecidas como dente-de-cavalo,só se descobre vendo o sítio exacto onde poisa.

Quando a fotografei andava à procura de outra,muito semelhante.





Esta,a "Hipparchia fidia".Julgo ser o primeiro registo aqui no vale.

Esta fotografia foi obtida com a 500.Estava a tentar registar uma cria de Rabirruivo.Enquanto fui saber de lente mais apropriada sumiu-se.

Pode ser que volte e deixe fazer melhor.


* *

Tenho andado atarefado a recolher a meia dúzia de batatas que planto para uso próprio.Eu sei,não valeria a pena o trabalho,pelo preço.Mas vale o trabalho pela qualidade,pelo prazer de saborear o que cultivo e por gostar.A talho de foice,só cultivo uma qualidade branca da qual já os meus avós gostavam.


Deve ser defeito meu,quando vejo um calcinhas,de "suv" e gravata,com ar de quem vem visitar o feudo e os servos-da-gleba,fico com azia.Lembro-me sempre daquele camponês,com ar humilde,que quando um fulano desses lhe perguntava -"o senhor é estúpido? respondia -"bem nos bejo,e de grovata".


O tal indivíduo,com ar de quem andava a visitar o feudo,vendo-me a arrancar as batatas,queria e insistia em comprá-las.

Por aqui não vendo nada,o que não consumo dou,com todo o gosto.E a verdade é que tenho recebido muito mais do que aquilo que dou.Também em amizade.

Perante a reafirmação de que as batatas não eram para vender e,vendo o ar arrogante e algo irritado do fulano,acabei por lhe tentar explicar:


As batatas são exclusivamente para consumo próprio;

Mesmo que quisesse vender-lhas não saberia o preço e,muito provavelmente não teria capacidade para as pagar,se não vejamos - qualquer engravatado e de "suv" receberá,pelo menos,40 ou 50 € / hora,a mim teria de pagar mais pois estou a fazer um trabalho que eles não querem fazer;gastei quase quatro meses para as cultivar;


Não,estas são batatas que só podem ser saboreadas por quem as cultiva com carinho e prazer ou por pessoas amigas capazes de as apreciarem.


Não sei se percebeu mas lá que não gostou não.Eu também não.


mário










terça-feira, 12 de julho de 2011

"ALAUDA ARVENSIS" E A RATOEIRA

Estava pousada num ramo da Pereira-pérola velha,muito quieta como a esconder-se.

Depois resolveu mostrar-se como que a exibir-se.De certo tinha os filhos por perto.



Ainda ameaçou mudar de sítio.





Ia espreitando para o chão como a confirmar que estavam a salvo.

As crias passam muito tempo entre a erva seca,onde são quase impossíveis de ver.







Depois olhava para mim como a controlar-me os movimentos.

É a "Alauda arvensis".



A ratoeira,pois,não,não vou por nenhuma ratoeira para a apanhar.

Mantenho-me fiel ao príncipio de incomodar a natureza o menos possível e apresentá-la,nas fotos,tal como ela é,sem arrebiques.


A ratoeira é algo que me tem feito rir a bandeiras despregadas.

Sei que não devia.Isto não está para brincadeiras mas a vontade de rir ninguém me vai tirar.


É uma imagem que se me apresenta cada vez com mais frequência.Estão com o rabo preso na ratoeira que,durante tanto tempo,prepararam para nós.

Desarmou-se-lhes.


Agora,com o rabo preso,parecem baratas tontas,estrebucham,guincham,escoicinham esbaforidos.

Os arre-burinho.

Dá cá um gozo.

Será o "delirium tremens"?


Rebentar os quistos dói sempre e,às vezes,muito,mas vale a pena,só assim se chega à cura.


mário











sábado, 9 de julho de 2011

CIRCUS PYGARGUS

É uma pequena ave de rapina, 220 a 450 gramas e com uma envergadura de asas entre 97 e 115 cms,a "Circus pygargus",vulgarmente designada como Tataranhão-caçador.


O macho e a fêmea têm côres diferentes.Este é um macho.



Voa junto ao solo em busca de pequenos mamíferos,lagartos,pequenas aves e insectos.













Plana com as asas em V.





















Desce nesta peculiar posição.













Com todo o cuidado para não danificar as penas.















Apanhada a presa,olha em volta como que a certificar-se de que não há perigo,descontrai

















e petisca logo ali.






* *



É mais uma espécie em regressão.



Nidifica no chão,quase sempre em searas.



As ceifas fora de época,normalmente em verde para enfardar,destroi grande parte das ninhadas.






Ali ao lado,em Espanha,decorre uma Campaña de Conservación del Aguilucho cenizo (é assim conhecido vulgarmente).



Este foi fotografado junto ao limite Norte do Parque Natural da Serra da Estrela,mas não estará a salvo.



O parque,dito natural,continua ,mesmo ilegalmente,a estar sob gestão de zonas de caça,ou de infractores ambientais reiterados.Para facilitar acaba o ministério dito do ambiente.É um triste e péssimo sinal.



mário























quarta-feira, 6 de julho de 2011

"SATURNIA PYRI" OU AS BRUXAS

É um achado.Esta linda lagarta,tem mais de 10 cms de comprimento.É a "Saturnia pyri".
Já a tinha fotografado na fase alar.
É a maior borboleta da Europa,chega a atingir 20 cms de envergadura de asas.

Para enganar os predadores tem estas manchas castanhas e barbas na cauda.



Descia de um "Freixo",onde deveria andar a alimentar-se.

Julgo que já procurava lugar para encasular.

Pela côr deve ter feito a última muda de pele,a quarta.É,cresce tanto que tem de mudar de roupa.

Como se pode ver,nesta foto,expõe mais a cauda do que a cabeça.





A borboleta,na fase alar,é esta.

Fotografei-a aqui em 2008,não está grande coisa,foi feita,em recurso,pela câmara de video que tem um cartão de memória para 10 retratos.


Antigamente,hoje é rara,atraida pela luz da candeia,aparecia no exterior das janelas,à noite.
O povo chamava-lhes bruxas.

Quando vítimas de grande desgraça,as pessoas,diziam -"é preciso ir à bruxa".
Fartei-me de lhe perguntar qual era a solução para esta desgraça em que nos querem continuar a lançar,ora virava para aqui,ora virava para ali,como quem afirmava com toda a convicção:-"Muda de rumo,muda de rumo",e de timoneiro também,digo eu.

Agradou-me esta bruxa,vou continuar a consultá-la.

mário

domingo, 3 de julho de 2011

OVOS E IMPEACHMENT

Uma cria de Andorinha.Olha para o céu preocupada,a mãe já demora,ter-lhe-ão roubado o sustento?


A mãe Andorinha lá chega com as migalhas.Até quando vai poder sustentar os filhos?Que mais lhe vão roubar?


Amanhã ainda poderá voar?


Sonhar?




A cria de "Sylvia",assustada,vão matá-la à fome?


Ainda conseguirá arranjar pão?




ATÉ ONDE IRÁ A EXTORSÃO?






Ovos de borboleta.




Não estão podres,e são muito pequenos,para lhes atirar ao trombil.




* *


Hoje só consigo pensar assim.


DESOBEDIÊNCIA CIVIL.


Quem rouba o povo não tem legitimidade para governar.

Como diz a sabedoria popular "tão ladrão é o que vai ao bpn,digo,à horta como o que fica à porta".

Os ladrões não deviam estar na cadeia?
O saque não devia estar confiscado e usado para repor o roubo?

IMPEACHMENT,antes que seja tarde.

MOVIMENTO POPULAR PARA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA.

mário