quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

HOMENAGEM A JOSÉ DIAS COELHO - RÁDIO ELMO 99.1

JOSÉ DIAS COELHO
NATURAL DE PINHEL
PINTOR, ESCULTOR E MILITANTE COMUNISTA
UM REVOLUCIONÁRIO
ASSASSINADO A SANGUE FRIO E À QUEIMA ROUPA
PELOS ESBIRROS DA PIDE
NÃO DEIXAREMOS MORRER OS NOSSOS HERÓIS
ATÉ SEMPRE COMPANHEIRO

COMO CONVIDADA A QUERIDA AMIGA MARIA LINO, TAMBÉM ELA, PINTORA, ESCULTORA E MILITANTE ANTI-FASCISTA.
CONVERSAMOS SOBRE JOSÉ DIAS COELHO, SOBRE PINTURA, SOBRE ESCULTURA, SOBRE DESENHO,SOBRE OS PROJECTOS DA ASSOCIAÇÃO QUE A MARIA LINO AJUDOU A CRIAR A LUZLINAR, SOBRE A VIDA, SOBRE O FUTURO, SOBRE COMO MUDAR ESTA SOCIEDADE, CRUEL, HIPÓCRITA, DESUMANA, GOVERNADA POR DEMENTES E, CLARO ESTÁ, SOBRE AGRICULTURA.

ASSISTIU, TECNICAMENTE COM A COMPETÊNCIA QUE LHE CONHECEMOS, O PROGRAMA A AMIGA CATARINA PINHEIRO.

TIVE O PRAZER E A HONRA DE LER, A MEIAS COM MARIA LINO, UM TEXTO ESCRITO, PELA COMPANHEIRA DE JOSÉ DIAS COELHO MARGARIDA TENGARRINHA, DE PROPÓSITO PARA O PROGRAMA, MUITO OBRIGADO MARGARIDA, QUE AQUI VOS DEIXO:
"José Dias Coelho nasceu em Pinhel e, embora a família se tenha deslocado para outras cidades, como Coimbra, Castelo Branco e Lisboa, foi Pinhel, a sua terra, que sempre manteve no coração. Por isso, nas suas visitas de férias, fazia grandes tertúlias com os amigos e passeava pela cidade e pelos campos, sempre com um caderno de desenho e tintas e pintava as ruas e paisagens com aquele amor e sensibilidade que só os verdadeiros artistas possuem e sabem transmitir. Em Pinhel ainda há algumas dessas obras.
Há pessoas cuja vida fica indelevelmente associada à História de um Povo e de um País. José é um desses homens e Pinhel pode orgulhar-se do seu filho que nunca esqueceu a sua terra. 
Hoje, a obra de José Dias Coelho concentra-se, na sua maior parte, no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, Museu que tem promovido exposições individuais e colectivas com a sua obra,  constituída por esculturas, desenhos e pinturas, que comprovam o mérito e a qualidade artística de Dias Coelho como escultor, desenhador e pintor.
E é exactamente como pintor que ele é mais conhecido, pela lindíssima canção que Zeca Afonso fez sobre ele :"A Morte Saíu À Rua" (...) "o pintor morreu". (Nota: aqui podem passar a canção).
Sim, o pintor morreu, assassinado brutalmente por uma brigada da polícia política de Salazar, a PIDE, que numa rua de Alcântara que hoje tem o seu nome, o cercou e o assassinou com um tiro no peito e outro  com ele já no chão, levando-o em seguida para o Hospital da Cruz Vermelha já moribundo, onde uma enfermeira o reconheceu, embora os pides não quisessem que ele fosse conhecido. É significativo que no relatório da autópsia assinada pelo professor Arsénio Nunes esteja escrito claramente que ele morreu com "um tiro disparado no peito à queima-roupa com intenção de matar". Foi no dia 19 de Dezembro de 1961.
Porquê este crime ignóbil que ceifou uma vida jovem e talentosa?
Porque José Dias Coelho, membro do Partido Comunista Português desde muito novo, participou em todas as lutas democráticas dessa época, tendo sido preso em 1948 durante a campanha eleitoral de Norton de Matos, da oposição antifascista. Assim, José Dias Coelho, artista militante e militante revolucionário, chegou a um momento da sua vida em que decidiu conscientemente sacrificar a sua carreira de artista em ascensão, para continuar a luta na clandestinidade, no quadro de funcionários do Partido Comunista Português, no combate pelo derrubamento do fascismo.
Teve múltiplas tarefas, desde falsificar bilhetes de identidade e passaportes, para ajudar os camaradas a fugir às constantes rusgas policiais, até a dirigir os organismos de intelectuais de Lisboa. Mas também ia fazendo muitas gravuras para ilustrar o "Avante!" e outras publicações do Partido.
Na sua última gravura, que foi feita sobre o assassinato do operário Cândido Martins na frente de manifestação de Almada contra a burla eleitoral,José Dias Coelho escreveu a seguinte legenda:
"De todas as sementes deitadas à terra é o sangue derramado pelos mártires que faz nascer as mais copiosas searas".
Esta legenda foi copiada para uma placa de mármore que se encontra nas parede onde ele se encostou nos últimos momentos de vida. Camaradas e amigos , particularmente no dia 19 de Dezembro, não deixam de ali colocar ramos de cravos vermelhos Para que ele não seja esquecido. Para que "Fascismo Nunca Mais!"
  Margarida Tengarrinha
ESTA É A MINHA FORMA DE DESEJAR A TODOS UM ANO DE 2016 MELHOR, INCENTIVANDO-VOS A LUTAR POR ELE E PELO FUTURO.

mário

POST SCRIPTUM:
Integraram o programa três músicas:
Zeca Afonso canta " A MORTE SAIU À RUA".
Luís Cília  canta "É PRECISO AVISAR TODA A GENTE".
José Mesquita  canta  " JURO NUNCA ME RENDER".



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