segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

NÃO,NÃO É NATAL


Acabado de chegar,ali da cooperativa,onde vamos,todos,tentando sobreviver,onde o convívio é são,onde a conversa gira à volta da vida e do azeite,onde todos somos cooperantes e amigos,onde conhecemos histórias sem natal,onde o natal há-de ser em Maio,depois de Abril,trago isto:

Uma senhora,apoiada num cajado,com mais de 80 anos,foi pedir para fazer um pouco de azeite,uma mão cheia de azeitonas,colhidas à sobre posse,só,para poder azeitar as batatitas durante o resto do ano,dizia:
Posso fazer cá esta pouquita azeitona,não é grande coisa,é dali de ao pé do rio,não funde nada,dizem-me sempre,lá vem a azeitona da desgraça,nunca fundiu a mais de 7.
Queria ela dizer 100 quilos de azeitona produziam 7 litritos de azeite.
Estranho,nunca havia aparecido tão pouco rendimento.
Pois traga lá a azeitona,dessa variedade,da desgraça,ainda não se laborou nenhuma.
Feita a transformação,fez-se,com alguma curiosidade,a percentagem.
A tal azeitona da desgraça tinha fundido a 18,ou seja 100 quilos produziram 18 litros.

Foi uma emoção ver aquela pessoa,de lágrimas nos olhos,só balbuciava:-Ladrões,dá-me tanto trabalhinho a apanhar.

Não sei onde a fazia,nem me interessa.

Fazia-a,com toda a certeza,no pai dos bandalhos que por aí estão no poder.

mário

3 comentários:

  1. Bandalhos, sem dúvida. Como é possível o homem continuar a ser esta besta?

    Acabei de ver na SIC notícias, uma reportagem sobre a grande aldrabice do Golden Sachs e da sua ligação às contas marteladas da Grécia, antes de terem sido levados à situação catastrófica em que estão.

    É arrepiante perceber até que ponto é que a Alta Finança internacional continua a dominar a vida na Terra.

    Bandalhos!

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  2. Só por este episódio, valeu a pena o vosso esforço.

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  3. Pois os meus parabéns e sucesso para a "empresa" a que se propuseram.
    A maneira eufórica com que o Mário descreve a actividade, é ela só, um motivo de satisfação e, em boa parte, faz-me lembrar os tempos à volta do pote da aguardente em Pedome.
    Um grande abraço e felicidades que isto não está para natais.

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