segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ARISTÓTELES,IGNORANTES E VELHACOS

É um abrigo de pastor aqui na quinta Stº. António.Também por aqui me sento,às vezes,a pensar aguardando algum animal que queira posar para nós.Ainda por aqui havemos de fazer escavações para o datar e ver o que aparece.Aguardamos disponibilidade de quem possa,connosco,levar a cabo a tarefa.

São ninhos de Andorinha das rochas.Abandonados há já dois anos.Esperamos que possam voltar.


Todos os animais vão sendo daqui enxotados pelos carrascos.Durante mais de meio ano (15 de Agosto a fins de Fevereiro) é praticamente impossível fazer registos fotográficos.Tiros por todos os cantos.
Sábado,tinhamos individuos de armas aperradas a menos de 70 metros de casa!(medidos pelo telémetro da máquina fotográfica).
Domingo,quando tentamos registar um pequeno bando de Abibes,raramente aparecem aqui pelo Vale,havia individuos acoitados aqui no meio das casas.
Nevava intensamente.Uns quantos fulanos aproveitavam o frio e,como as desgraçadas aves estavam,engaranhadas,enregeladas a tentar abrigar-se,matavam-nas cobardemente à traição!
TUDO ISTO NO PARQUE NATURAL DA SERRA DA ESTRELA/REDE NATURA 2000!
É proibido?Claro.Mas,aqui só há duas leis,a das armas e a dos caciques que por aí vão gritando.-BORBOLETAS E PASSARADA É PARA MATAR TUDO!
São estes os gestores,encarregues pelo Estado,de uma parte dos recursos naturais das ditas ÁREAS PROTEGIDAS!
Parece termos voltado à democracia definida por Aristóteles,cito de memória e em tradução livre "A política não é para os sábios e bondosos é para os ignorantes e velhacos".

Mesmo assim,hoje,ainda conseguimos observar esta.Julgamos ser um Açor,"Accipiter gentilis".Também para onde podem ir?É aqui o habitat delas.
Dizia-nos um ex-inveterado caçador:-Sabe,deixei de caçar por um lado,porque já não sou capaz de matar e comer os animais depois de os observar melhor,são tão lindos vivos,por outro lado porque tinha medo,pareciam algozes alucinados a tentar matar o último animal no último esconderijo,atiravam em tudo o que mexia,quase sem olhar.
Para quando uma nação culta?
mário



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