"Viva la muerte""Só nos faltava esta: uma ministra da Cultura para quem divertir-se com o sofrimento e morte de animais é... cultura. Anote-se o seu nome, porque ele ficará nos anais das costas largas que a "cultura" tinha no século XXI em Portugal: Gabriela Canavilhas. É esse o nome que assina o ominoso despacho publicado ontem no DR criando uma "Secção de Tauromaquia" no Conselho Nacional de Cultura. Ninguém se espante se, a seguir, vier uma "Secção de Lutas de Cães" ou mesmo, quem sabe?, uma de "Mutilação Genital Feminina", outras respeitáveis tradições culturais que, como a tauromaquia, há que "dignificar".O património arquitectónico cai aos bocados? A ministra foi ali ao lado "dignificar" as touradas. O património arqueológico degrada-se? Chove nos museus, não há pessoal, visitantes ainda menos? O teatro, o cinema, a dança, morrem à míngua? Os jovens não lêem? As artes estiolam? A ministra foi aos touros e grita "olés" e pede orelhas e sangue no Campo Pequeno. Diz-se que Canavilhas toca piano. Provavelmente também fala Francês. E houve quem tenha julgado que isso basta para se ser ministro da Cultura...Por Manuel António Pina no Jornal de Notícias,com a devida vénia.
O Futuro da Cultura em Portugal: Ministério da Tortura; Para breve?
Tal como anunciado, o Ministério da Cultura, na pessoa da Ministra Gabriela Canavilhas, criou *mais* uma secção dedicada à tauromaquia. Note-se que o Presidente desta secção é o Inspector-Geral das Actividades Culturais, o que não é muito chocante, visto que a anterior Inspectora-Geral era assumidamente aficionada das touradas, e não fazia esforço algum para disfarçar a sua falta de neutralidade. Seguindo esta linha de coerência do Governo, e dada a questionável isenção dos seus agentes, não parece assim tão descabido imaginar um matador de touros e um forcado no lugar de Secretários de Estado da Cultura, passando o Ministério da Cultura a chamar-se Ministério da Tortura. Desta forma, a pouca-vergonha que já está instalada passaria a ser oficial.
As sociedades modernas tendem a tornar-se cada vez mais civilizadas, abolindo, gradualmente, práticas medievais que as envergonham perante si próprias e perante o mundo, e cujo lugar deve apenas pertencer ao passado. Independentemente dos prazeres pessoais de cada cidadão, que, obviamente, tem todo o direito de apreciar o que quer que aprecie, embora, em casos como o que está em apreço, estes devam ser guardados para si, ou, eventualmente, e consoante os casos, ser alvo de análise psiquiátrica, o facto é que, a sociedade não pode, nem deve, a bem da evolução civilizacional e moral, considerar aceitáveis, muito menos oficializar, práticas que impliquem a exploração e/ou sofrimento de quem não se pode representar a si próprio nem escolher participar nelas.
Em pleno século XXI chega a ser ofensivo discutir-se o sofrimento dos outros animais (que não os humanos), como se a ciência não estivesse já evoluída ao ponto de recusar a ideia bacoca de que a capacidade de experienciar dor, angústia e/ou sofrimento deve somente ser atribuída aos animais-humanos. Introduzir esse tópico na discussão acerca da eventual legitimidade da existência de espectáculos sanguinários é uma manobra de diversão, muito usada por parte dos que defendem tais práticas, embora, na verdade, já nem esses acreditem em tal despautério, embora, pela total falta de argumentos para defender o sadismo que os caracteriza, continuem a insistir no dito argumento falacioso. Uma outra manobra de diversão vastamente utilizada é, a de que, sem a indústria que dá vida, tortura, e de seguida, morte (ou reciclagem, dada a crise), a espécie (???) do touro bravo (???), esta extinguir-se-á. Portanto, de acordo com este pressuposto, o que está aqui em causa afinal é a salvação através da tortura… Pois bem, não fosse esta última ideia absurda quanto bastasse, há ainda por esclarecer por parte da indústria em causa, que ramo da Biologia caracteriza o touro como uma espécie, e, já agora, que ecossistema é que depende desta. Obviamente que, na eventualidade de se quererem manter estes animais (que não são mais do que bois não castrados e seleccionados de acordo com as características preferidas dos que destes beneficiam financeiramente), não seria, obviamente, através das touradas. Seria perfeitamente possível manter estes animais em regime de santuário, protegendo-os. Apenas em jeito de nota de rodapé, extinguir uma espécie, sub-espécie, ou agrupamento de animais, não significa exterminá-los.
Lamentavelmente, nem sempre o que é considerado legal (do ponto de vista do Direito) é moralmente admissível. O Direito tende a acompanhar o progresso das civilizações, contudo, não é sempre justo. O facto de determinada actividade estar dentro dos termos da Lei, não faz, por si só, com que ela seja obrigatoriamente aceitável do ponto de vista ético. A História tem-nos mostrado inúmeros bárbaros costumes, que estavam perfeitamente legalizados, e que se foram tornando ilegais, à medida que fomos evoluindo intelectual e moralmente.
Infelizmente, as vítimas da tauromaquia (caso que aqui analisamos) são silenciosas; não podem falar do que sentem, e, assim, comprovar a veracidade dos argumentos dos seus defensores. Todavia, os referidos defensores *podem*, e *devem*, fazê-lo.
Não é incomum verem-se milhares de pessoas na rua, a manifestarem-se; Não é incomum ouvirem-se, na televisão e na rádio, intervenções de cidadãos indignados; Não é incomum lerem-se, na imprensa escrita, artigos de opinião e cartas de leitores. O que é incomum é verem-se similares declarações acontecerem em defesa dos interesses de outros, que não nós próprios.
É exactamente para contrariar a tendência acima referida que a ANIMAL vos vem convocar para um exercício conjunto de altruísmo. Independentemente de ser uma/um cidadã/cidadão anónima/o, fazer parte de um grupo informal, de uma associação legalmente constituída, de simpatizar mais ou menos com a organização que organiza o protesto, se é uma/um protectora/protector dos animais, compareça. Faça-o *pelos animais* e por mais ninguém.
Porque não chega escrever, porque não adianta lamentar, e porque desistir não é uma opção, saia para a rua, no dia 10 de Abril, sábado, e venha mostrar ao país que a maioria silenciosa tem rosto. O tempo é agora!
Daremos mais notícias acerca deste grande protesto, muito em breve.
Rita Silva
SE ALGO ESTÁ A MARCAR O INÍCIO DESTE SÉCULO É A RETROGRADAÇÃO CULTURAL,A POUCA QUALIDADE DAS LIDERANÇAS E,SOBRETUDO,A SUBJUGAÇÃO AOS MAIS DESUMANOS INTERESSES ECONÓMICOS.
ESTÃO A CRIAR-SE AS CONDIÇÕES QUE,HISTORICAMENTE,LEVARAM ÀS MAIS CRUEIS
DITADURAS.
mário
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
O PICANÇO E O BACALHAU
Esta planta aparece sempre no Inverno,com a certeza na próxima Primavera.Julgo ser "Glechoma hederacea".
O Picanço real ,"Lanius excubitor",olha-me desconfiado.Tinha acabado de lhe descobrir a despensa.
Ali naquele Espinheiro ou Pilriteiro,"Crataegus monogyne",fazia a despensa.Tinha espetado um abelhão,lagartixas é o mais vulgar, no pico afiado do arbusto.Não me deixou fotografá-lo.Sempre atento.Qualquer desconfiança e muda a refeição de local.
Pois é,quando apanha uma presa e não tem fome,espeta-a num arbusto e deixa-a desidratar.Vai buscá-la quando necessita.
E pensam alguns humanos terem descoberto a forma de conservar alimentos.Observando melhor a natureza depressa concluimos,não inventámos nada,já outros seres o fizeram,antes de nós e,muito melhor.
É,também por isso,o nosso humilde respeito por eles.
mário
Post scriptum-Ainda não perdemos a esperança de fotografar a despensa do Picanço.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
EXPOSIÇÃO "PORTUGAL NAS TRINCHEIRAS"
Museus da Politécnica;
Museu de Ciência da Universidade de Lisboa;
Museu Nacional de História Natural,
recebemos,também com o pedido de divulgação,convite para a exposição "PORTUGAL NAS TRINCHEIRAS" e nota de imprensa.
Porque a cultura faz parte do objecto social da Fundação Trepadeira Azul,mas também com todo o gosto e honrados com o pedido,divulgamos.
Qualquer esclarecimento pode ser pedido ao Serviço de Comunicação do Museu da Presidência da República.
mário
Post scriptum-A fotografia-no convite- é de Arnaldo Garcez.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
MAS AS CRIANÇAS SENHOR
Não,não é nenhuma flor exótica.É o caule,já seco,de "Foeniculum vulgare",vulgo Funcho ou Fiolho,coberto de neve.
De quando em vez aparece por aqui,sobre o Mondego,um Corvo-Marinho-de-Faces- Brancas,"Phalacrocorx carbo".
A linda fêmea de Toutinegra-de-Barrete-Preto,por acaso tem a coroa pardo-avermelhado,"Sylvia atricapilla",canta um melodioso trinado,em rajadas curtas,
enquanto o macho,esse sim,com coroa preta,se vai deliciando com uma baga de Espinheiro ou Pilriteiro,"Crataegus monogyne".
mário
Post scriptum-Hoje já poucos pés de criança,descalços,marcam a neve.Marcam-nas outras coisas,não menos graves.
Na quarta-feira de cinzas veremos ainda continuar o carnaval.Nunca se cansam.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
NÃO PISEM,POR FAVOR
Esta minúscula flor,surge nesta época do ano.Não conseguimos identificá-la.
Aqui fica para os entendidos.
Esperamos alerte as pessoas,que caminham na natureza,para a necessidade de olhar bem antes de pisar.
Estes haviam acabado de sair do ninho de seda.Estavam numa planta do género "Halinium",vulgo Sargaço.Não parecem de borboleta.Já seguiram para o especialista Pedro Pires.
Bem sei,estes bichinhos serviam para falar de outros bichos.Não,não têem culpa nenhuma.Quando falar da tal lei de Itália ponho aqui um coiso,em vez da coisa.
Os romanos diziam,em tempos de crise é fácil falar mal.Bem procuramos algo para falar bem.
Pode ser que depois do Entrudo acabe o carnaval.
Temos obrigação de mandar despir as matrafonas.Ou,então,mandar-lhes esfregar sal e vinagre,com um carpim (meia de lã de ovelha) na língua para lhe tirar os "barbos".
mário
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
MUSA
Este belo Tentilhão,julgamos,"Fringilla coelebs",acaba de sair do cabeleireiro com o penteado de núpcias.Já começaram o canto e dança de acasalamento.
Embora ainda com algum frio vão começando a mostrar-se.
Este púrpura é a cor da esporada.
Estavamos a guardá-lo para a semana santa.
Hoje tinhamos em mente escrever qualquer coisa sobre a monstruosidade aprovada na "corte de Itália".Não,fica para a próxima.Este castanho é só para lembrar as fardas,para que não voltem.
Hoje queremos dar as boas vindas à nova seguidora.Sem desprimor para todos os outros,a quem pedimos desculpa.
Mas esta é mesmo muito especial.Um grande beijo.Por tudo e,também,porque usa alguns apelidos do autor do blogue.
mário
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
DANÇANDO EM PONTAS
Ainda a nossa amiga Garça Real "Ardea cinerea".Continua,por aqui,à procura de sítio para nidificar.Escorraçada vem refugiar-se.
Estas fotos,como todas as outras,são conseguidas sem tripé,sem abrigo,sem rede e sem qualquer camuflagem.Os animais pressentem e sabem quem lhes quer fazer mal.
Lembrou-me O Lago dos Cisnes.Também algumas companhias extintas,num país cada vez mais pobre na cultura.Um quilómetro de alcatrão,ou meia dúzia de metros cúbicos de betão,onde não fazem falta nenhuma,daria para as manter.A pobreza na cultura é sempre proporcional à pobreza na política.
Sempre de pernas bem esticadas,parece ir dançar em pontas.
Estas fotos,como todas as outras,são conseguidas sem tripé,sem abrigo,sem rede e sem qualquer camuflagem.Os animais pressentem e sabem quem lhes quer fazer mal.
Lembrou-me O Lago dos Cisnes.Também algumas companhias extintas,num país cada vez mais pobre na cultura.Um quilómetro de alcatrão,ou meia dúzia de metros cúbicos de betão,onde não fazem falta nenhuma,daria para as manter.A pobreza na cultura é sempre proporcional à pobreza na política.
Sempre de pernas bem esticadas,parece ir dançar em pontas.
A todos nós estão a dar aulas de dança.É para nos pôr a dançar na corda bamba.Sim,pelos vistos ainda só agora está a começar.
mário
Post scriptum-Mais nacional-socialismo?Não,obrigado.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
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