JOSÉ DIAS COELHO
NATURAL DE PINHEL
PINTOR, ESCULTOR E MILITANTE COMUNISTA
UM REVOLUCIONÁRIO
ASSASSINADO A SANGUE FRIO E À QUEIMA ROUPA
PELOS ESBIRROS DA PIDE
NÃO DEIXAREMOS MORRER OS NOSSOS HERÓIS
ATÉ SEMPRE COMPANHEIRO
COMO CONVIDADA A QUERIDA AMIGA MARIA LINO, TAMBÉM ELA, PINTORA, ESCULTORA E MILITANTE ANTI-FASCISTA.
CONVERSAMOS SOBRE JOSÉ DIAS COELHO, SOBRE PINTURA, SOBRE ESCULTURA, SOBRE DESENHO,SOBRE OS PROJECTOS DA ASSOCIAÇÃO QUE A MARIA LINO AJUDOU A CRIAR A LUZLINAR, SOBRE A VIDA, SOBRE O FUTURO, SOBRE COMO MUDAR ESTA SOCIEDADE, CRUEL, HIPÓCRITA, DESUMANA, GOVERNADA POR DEMENTES E, CLARO ESTÁ, SOBRE AGRICULTURA.
ASSISTIU, TECNICAMENTE COM A COMPETÊNCIA QUE LHE CONHECEMOS, O PROGRAMA A AMIGA CATARINA PINHEIRO.
TIVE O PRAZER E A HONRA DE LER, A MEIAS COM MARIA LINO, UM TEXTO ESCRITO, PELA COMPANHEIRA DE JOSÉ DIAS COELHO MARGARIDA TENGARRINHA, DE PROPÓSITO PARA O PROGRAMA, MUITO OBRIGADO MARGARIDA, QUE AQUI VOS DEIXO:
"José Dias Coelho nasceu em Pinhel e, embora a família se tenha
deslocado para outras cidades, como Coimbra, Castelo Branco e Lisboa,
foi Pinhel, a sua terra, que sempre manteve no coração. Por isso, nas
suas visitas de férias, fazia grandes tertúlias com os amigos e passeava
pela cidade e pelos campos, sempre com um caderno de desenho e tintas e
pintava as ruas e paisagens com aquele amor e sensibilidade que só os
verdadeiros artistas possuem e sabem transmitir. Em Pinhel ainda há
algumas dessas obras.
Há pessoas cuja vida fica indelevelmente
associada à História de um Povo e de um País. José é um desses homens e
Pinhel pode orgulhar-se do seu filho que nunca esqueceu a sua terra.
Hoje,
a obra de José Dias Coelho concentra-se, na sua maior parte, no Museu
do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, Museu que tem promovido
exposições individuais e colectivas com a sua obra, constituída por
esculturas, desenhos e pinturas, que comprovam o mérito e a qualidade
artística de Dias Coelho como escultor, desenhador e pintor.
E
é exactamente como pintor que ele é mais conhecido, pela lindíssima
canção que Zeca Afonso fez sobre ele :"A Morte Saíu À Rua" (...) "o
pintor morreu". (Nota: aqui podem passar a canção).
Sim, o
pintor morreu, assassinado brutalmente por uma brigada da polícia
política de Salazar, a PIDE, que numa rua de Alcântara que hoje tem o
seu nome, o cercou e o assassinou com um tiro no peito e outro com ele
já no chão, levando-o em seguida para o Hospital da Cruz Vermelha já
moribundo, onde uma enfermeira o reconheceu, embora os pides não
quisessem que ele fosse conhecido. É significativo que no relatório da
autópsia assinada pelo professor Arsénio Nunes esteja escrito claramente
que ele morreu com "um tiro disparado no peito à queima-roupa com
intenção de matar". Foi no dia 19 de Dezembro de 1961.
Porquê este crime ignóbil que ceifou uma vida jovem e talentosa?
Porque
José Dias Coelho, membro do Partido Comunista Português desde muito
novo, participou em todas as lutas democráticas dessa época, tendo sido
preso em 1948 durante a campanha eleitoral de Norton de Matos, da
oposição antifascista. Assim, José Dias Coelho, artista militante e
militante revolucionário, chegou a um momento da sua vida em que decidiu
conscientemente sacrificar a sua carreira de artista em ascensão, para
continuar a luta na clandestinidade, no quadro de funcionários do
Partido Comunista Português, no combate pelo derrubamento do fascismo.
Teve
múltiplas tarefas, desde falsificar bilhetes de identidade e
passaportes, para ajudar os camaradas a fugir às constantes rusgas
policiais, até a dirigir os organismos de intelectuais de Lisboa. Mas
também ia fazendo muitas gravuras para ilustrar o "Avante!" e outras
publicações do Partido.
Na sua última gravura, que foi feita
sobre o assassinato do operário Cândido Martins na frente de
manifestação de Almada contra a burla eleitoral,José Dias Coelho
escreveu a seguinte legenda:
"De todas as sementes deitadas à terra é o sangue derramado pelos mártires que faz nascer as mais copiosas searas".
Esta
legenda foi copiada para uma placa de mármore que se encontra nas
parede onde ele se encostou nos últimos momentos de vida. Camaradas e
amigos , particularmente no dia 19 de Dezembro, não deixam de ali
colocar ramos de cravos vermelhos Para que ele não seja esquecido. Para
que "Fascismo Nunca Mais!"
Margarida Tengarrinha
ESTA É A MINHA FORMA DE DESEJAR A TODOS UM ANO DE 2016 MELHOR, INCENTIVANDO-VOS A LUTAR POR ELE E PELO FUTURO.
mário
POST SCRIPTUM:
Integraram o programa três músicas:
Zeca Afonso canta " A MORTE SAIU À RUA".
Luís Cília canta "É PRECISO AVISAR TODA A GENTE".
José Mesquita canta " JURO NUNCA ME RENDER".
POST SCRIPTUM:
Integraram o programa três músicas:
Zeca Afonso canta " A MORTE SAIU À RUA".
Luís Cília canta "É PRECISO AVISAR TODA A GENTE".
José Mesquita canta " JURO NUNCA ME RENDER".