segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CONCILIÁBULO

Andava a catar a Pereira,olhou para mim com ar triste como a pedir para o não interromper.

É mais um juvenil,procurou uma pala para tirar o Sol dos olhos,seguia atentamente todos os movimentos.



Com a certeza de não estar ameaçado lá continuou a alimentar-se.



CONCILIÁBULO


Na mesa o saque,

mesa de conciliábulos.Damas,valetes,reis,tiranetes.

Oram ao supremo satanás.

O saco,saque,extorsão

deitado na mesa.

O peito seco das mães dos mortos,

triliões de milhões,fome,miséria,sida,cancro,

decisões,papeis,obrigações,lixo e carburetos.

Festejam.

Bebem sangue.

Voltam a orar,abraçam o vazio.

Valorizam,ganham,amanhã,

Uma perna de criança,quatro violações,meio-morto.

Uma tonelada de escravos,cinco bombas,três pais sem filhos.

A raiva.

Explode uma ideia.


mário






3 comentários:

  1. Gostei da violência da tua explosão!

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  2. Este tempo de férias já me dava saudades dos seus belos posts. Cá estou de regresso e maravilhado, tanto pela passarada e a imensa paciência e arte para estas fotos deslumbrantes como a prosa verdadeiramente poética que se lhe segue.
    Grande abraço.

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