quinta-feira, 21 de junho de 2012

SPERGULÁRIA E RIO -20

 Esta bela "Spergularia",julgo,faz tapetes lindíssimos,mesmo em lugares secos e inóspitos.
É trepada até à exaustão.Renasce sempre.

Assim será a natureza.


Que quem governa o mundo não vale nada,só pensa em dinheiro e poder à custa de miséria,fome,doenças,assassinatos,não recuando perante nada,já se sabe.
Agora querem açambarcar a própria fonte da vida,Fá-lo-ão,se deixarmos,sempre com capa de fingimento,agora chamando-lhe "economia verde".
Trata-se do assassinato,pela fome,de milhões de seres.
FAÇAM FAVOR DE LER O COMUNICADO ABAIXO,muito obrigado.
Comunicado de Imprensa
Rio+20 pode legitimar a maior apropriação de recursos naturais comuns nos últimos 500 anos

Lisboa, 20 de Junho de 2012 - Duas décadas após a primeira Cimeira da Terra, a vida tornou-se mais difícil para a maioria dos habitantes do planeta. O nosso ambiente está a degradar-se rapidamente, a biodiversidade está a ser destruída, os recursos hídricos estão a escassear e o clima está em crise. Paralelamente, estamos a assistir à maior apropriação de recursos naturais para fins lucrativos na história da modernidade, um fenómeno que está a expulsar comunidades inteiras das suas terras e a impedir-lhes de aceder aos recursos que constituem o seu sustento há milhares de anos. A “economia verde” proposta no Rio+20 ameaça agravar a crise social e ecológica, legitimando o controlo sobre a terra, a água e a biodiversidade por parte de governos e corporações poderosos.
As Nações Unidas (ONU) consideram que os últimos vinte anos foram de progresso e mudança, mas reconhece que o desenvolvimento sustentável continua a ser um objectivo distante (1). Os níveis de desenvolvimento actuais foram conseguidos à custa do agravamento das alterações climáticas, da insegurança alimentar e da perda da biodiversidade e as evidências apontam para a intensificação destes problemas, tornando mais urgentes as respostas adequadas.
Mesmo assim, as instituições supra-nacionais do ambiente estão determinadas a propor uma nova dose do mesmo remédio. O tema central da Cimeira é o conceito da “economia verde” que, segundo a ONU, oferece oportunidades para melhorar a integração do desenvolvimento económico com a sustentabilidade ambiental e o bem-estar social. No relatório extenso preparado pela UNEP (Programa Ambiente das Nações Unidas) podemos ler que o nosso estado actual de degradação ambiental se deve essencialmente à incorrecta aplicação de capital (2). Substituindo capital “castanho” por capital “verde” e aplicando algumas das lições da economia ecológica, o crescimento económico vai continuar a ser compatível com a protecção ambiental.
O que falta no discurso da sustentabilidade de 2012 é o que já estava ausente no discurso de 1992: a ligação entre os impactos do comércio global e os problemas ambientais e sociais. Enquanto o sistema capitalista não for travado na sua busca de lucros à custa de recursos humanos e naturais, a “economia verde” não será mais que uma nova forma de acumulação de capital. Só que o capital que está agora na mira da indústria é constituído pelos recursos naturais e ecossistemas que sustentam a vida na terra.
Segundo um estudo do ETC Group (3), alianças poderosas que atravessam vários sectores da chamada “indústria da vida” (farmacêutica, sementes, engenharia genética, agro-químicos, sector alimentar e também o sector da energia) estão a preparar-se para a era pós-petróleo lançando o negócio da biomassa, que transformará plantas, resíduos, óleos e algas em produtos de elevado valor acrescentado, utilizando tecnologias ainda desconhecidas do público, como a biologia sintética e a nanotecnologia.
Os mecanismos propostos sob a égide da “economia verde” vêm facilitar esta continuada exploração da natureza, sancionando a mercantilização dos recursos naturais que até agora permaneceram no domínio público. Os maiores armazéns de biomassa terrestre e aquática encontram-se nos países do Sul, cuidados por camponeses, pastores, pescadores e povos da floresta, cuja subsistência deles depende. Desde 2000, entre 80 a 230 milhões de hectares de terra rica em recursos, uma área do tamanho do Noroeste da Europa, já foram retirados da esfera pública, expulsando os povos que lá viviam há muitas gerações (4).
Os representantes no Rio+20 precisam de ser relembrados que quem alimenta o mundo não é a indústria. A agricultura camponesa e os sistemas de produção local ainda hoje fornecem comida a 80% das pessoas no mundo. Para que eles e elas continuem a assegurar comida para todos e o equilíbro dos nossos ecossistemas, é preciso quebrar a cadeia alimentar e reconstruir as teias alimentares: sistemas de produção autónomos, locais, que visam o bem-estar local. A agricultura de base camponesa tem o potencial de curar o solo, o clima, a biodiversidade e a comunidade, com uma produtividade por unidade de área duas a dez vezes superior à da agricultura industrial (5).
A “economia verde” representa o assalto final sobre a natureza e a vida. Movimentos sociais como La Via Campesina (6) e a Campanha pelas Sementes Livres defendem o caminho inverso: o fim à comodificação e privatização da natureza, nomeadamente a terra, as sementes e a água, a proibição das tecnologias que não oferecem garantias de segurança nem equidade como a geo-engenharia e a engenharia genética e uma aposta séria na via da pequena agricultura camponesa para alimentar o mundo.

Para melhor informação.  http://www.sosementes.gaia.org.pt/

NADA NEM NINGUÉM VIRÁ SALVAR-NOS,TEMOS DE SER NÓS A FAZÊ-LO.


mário


Post scriptum:
Já depois de ter escrito esta mensagem,mesmo a talhe de foice,chegou-me esta informação,já se sabia,mas vale pela importância científica de quem o diz. http://soproleve.blogspot.pt/2012/06/as-farmaceuticas-bloqueiam-medicamentos.html .

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