Ontem foi um dia de Abril e para Abril.
Tive o prazer,a recompensa e a consolação de,a pedido da Escola de Vila Franca das Naves,poder conversar com alunos de três turmas.Um encanto,ver alunos atentos e interessados,fazer perguntas,conversar,sobre borboletas,aves,flora,biodiversidade,afinal sobre um rumo diferente para o mundo,uma vida melhor.
Um dia de Abril.
Vou continuar a conversar,com outros alunos,quinta-feira.
Ainda tive a excelente oportunidade de assistir,na FNAC em Viseu,ao lançamento do livro de poesia do amigo Américo Rodrigues "acidente poético fatal".
O ponto alto,a leitura de alguns poemas pelo autor.
Não,não vou misturar nenhum comentário às brutalidades que por aí andam.
Depois de tudo isto,essas alimárias ficam tão pequeninas,terão na história o lugar dos vermes.
Mas,porque amanhã é dia de comemorar a REVOLUÇÃO DOS CRAVOS,deixo um texto de um amigo:
"
Hiristos
Anesti!
Hristos
Vosskresse!
Hristos
a Înviat!
E
reafirmada esta certeza fundamental,
Ilustres
e corajosos meninos e ilustres e corajosas meninas:
Acabo
de ver o título do DN em cujos termos a PSP (!) prepara “tolerãncia zero”(!)
para o 25 de Abril(!)... Imagine-se. Sugiro portanto que, imediatamente, se
delibere sobre a tolerência zero face à PSP, face ao Sr. Ministro da
Administração Interna e face ao sr. Presidente Rio, procedendo-se à notificação
prévia, por comunicado público com cópia expedida a suas excelências por mail e
correio.
Com
efeito, a vacuidade moral de lumpen que tem caracterizado as recentes
intervenções da PSP em Lisboa e no Porto faz vagamente lembrar a horda bárbara
que os conservadores sabiam usar –à margem da intervenção institucional, todavia
- durante as convulsões sociais alemãs do principio do século passado, como nos
testemunha Jünger.
Ora,
justamente, a uilização do lumpem é sempre repulsiva, mas a fusão dessa conduta
com a pretensa respeitabilidade institucional, torna-se simplesmente
intolerável.
É
pois preciso recordar que em República não há dignidade superior à de cidadão e
que os agentes devem a todo e qualquer cidadão a cortesia (protocolarmente e
cerimonialmente) devida a oficiais superiores, estando circunscritos ao uso
proporcionado da força no âmbito do cumprimento da Lei -à qual todos os
cidadãos estão vinculados como modo de obediência a si próprios – no quadro da
absoluta impossibilidade (lógico-normativa) da subordinação pessoal de qualquer
cidadão seja a quem for.
O
quadro das agressões à bastonada de raparigas ou mulheres de costas, as
agressões a ponta-pé a rapazes no chão (ou o disparo de tasers sobre pessoas
caídas) a danificação de bens e equipamentos (máquinas fotográficas atiradas ao
chão, por exemplo) são condutas que em bom rigor permitem a detenção em
flagrante dos agentes policiais no local e a legítima defesa, compreendendo a
legítima defesa de terceiro (para dizer o mínimo).
As
condutas em referência também dão causa de pedir em acção de indemnização contra
o Estado, contra os comandos e designadamente contra o Sr. Ministro da
Administração Interna, a Direcção Nacional da PSP e os funcionários e agentes
directamente actuantes em tais distúrbios, se ocorrerem como (infelizmente) têm
ocorrido.
A
simples presença de forças em número exagerado corresponde a nosso modesto olhar
a uso desproporcionado da força –ainda que só de forma intimidatória, sendo em
todo o caso ilegítima qualquer intimidação quanto ao exercício de Direitos
Fundamentais, como o de manifestação- e essa presença, neste quadro já
habitual de intervenção (suficientemente demonstrado pelas imagens televisivas
difundidas e pelo depoimento escrito de jornalistas presentes), é o preliminar
perfeito do que um “rigoroso inquérito” posterior virá a concuir ser “culpa” das
vítimas. E nisso também não há nenhuma novidade – sublinhado que se faz no
espírito da melhor colaboração - face à experiência quanto à estrutura
argumentativa dos delinquentes em juízo criminal. É frequente que enunciem a
convicção em cujos termos a culpa é das suas vítimas. (Na violação, na violência
doméstica, na tortura, no proxenetismo, na burla, como no assédio moral, essa
estrutura argumentativa é tão comum que já não impressiona ninguém e muito menos
os advogados, procuradores e juízes).
Temos
a noção do verdadeiro lirismo que seria contar com o MP nestas matérias e nesta
fase. Mas subsiste o Juiz Cível com a estricta obrigação de imparcialidade – e o
procurador junto do Cível fará quanto entenda relativamente à prova aí
produzida, porque não nos parece que, havendo crime, ele possa ser classificado
como particular ou semi-público – subsiste também o Tribunal Europeu dos
Direitos do Homem. Isto não pode continuar a acontecer.
E o
que mais nos faltava era que a PSP ousassse deixar sob intimidação prévia quem
se prepara para reafirmar politicamente a queda da ditadura nacional-católica
(que em muitos aspectos nos parece mais radical que os fascismos). Uma tal
manifestação da polícia traduz nem a indigência intelectual e a desadequação
radical da sua direcção face aos pressupostos jus filosóficos do sistema. Tal
conduta institucional não é compatível com a democracia parlamentar, nem o voto
expresso autoriza tal prática institucional (alheia a qualquer programa
eleitoral votado).
Independentemente
do facto da PSP ter como igreja oficial a Igreja Católica e de nesse âmbito não
rarearem os nostálgicos, isto não é tolerável. Simplesmente.
Tal
circunstância não admite, é certo, uma providência cautelar a exigir do Governo
(e das suas forças policiais com frequente conduta de lumpen) o cumprimento
estricto da Lei, porque isso é um pressuposto, hoje ridiculo e esvasiado de
conteúdo útil, mas um pressuposto formal, não obstante. Resta-nos portanto
assegurar que os responsáveis politicos e operacionais comparecerão em acção de
indemnização se derem causa a danos cuja ressarcibilidade se torne
necessária.
Isto
é quanto decorre da Revolução Francesa, que propiciou a libertação da gleba aos
Santos, aos Dias e aos Alves que com tanta frequencia integram os comandos
policiais, os ministérios e até as magistraturas. De modo que carece de sentido
pôr em causa esta estruturação normativa, sem que esses Dias, Alves e Santos se
predisponham a regressar à gleba da qual os libertou a Revolução. Se é por isso
que se batem, esses inteligentes dirigentes das “forças da ordem” (jamais
concedendo), também a isso lhes diremos que não. Não aceitamos a ausência de
direitos em razão da condição social do nascimento. Nem em relação a eles.
Ficando
isto dito, já se vê, com a renovada expressão do nosso mais afectuoso respeito
(aliás tão conhecido que sobre a sua natureza e alcance se não admitem quaisquer
dúvidas).
Façam
isto, ou alguma coisa assim, sim? E contem comigo para a
sequência.
Beijos
e abraços conforme os usos"
SEM MEDO VAMOS LEMBRAR ABRIL E GRITAR A NOSSA REVOLTA.
mário
Bom dia 25 de Abril, amigo Mário!
ResponderEliminarDeixo-lhe uns cravos e umas canções...
http://falcaodejade.blogspot.pt/2012/04/abril-voltara-sempre-flores-para-uma.html
Retratos de um dia bem passado.
ResponderEliminarUm abraço Mário.